segunda-feira, 21 de março de 2011

Palhaçada



Sempre que observo os circos instalados à margem de avenidas vem à minha mente algumas perguntas. Será que ainda tem graça isso? Será que tem gente que ainda vai ao circo?

Aquelas pinturas feias, desbotadas dos trailers, me trazem um misto de tristeza e nostalgia por algo que me pareceu que havia desaparecido.

Porém, hoje esse sentimento sumiu, depois que aceitando o convite da Sylvinha fomos ao Circo Stankowich que tem uma unidade montada aqui em Vinhedo.

Um letreiro avisava – “Um show de circo – 170 anos de tradição!” – e pensei que alguma coisa esses “stankowitchs” teriam a me oferecer.

Passamos por uma “praça de alimentação” observei o algodão doce sendo preparado na hora, fresquinho.....senti saudade da infância.

Entrando cadê a boa e velha serragem para levantar poeira e causar alguns espirros? O Zé Roberto chegou a alertar os pais do Luigi sobre a poeira, que na verdade era fumaça de cena. Daí me dei conta de que com a proibição dos animais nos espetáculos circenses a serragem perdera sua função. Mas, juro que senti o cheiro dela e parecia que segurava a mão do meu pai, como tantas vezes o fiz.

Prestei atenção nos vendedores que circulavam entre as fileiras. Além de parecerem fisicamente bem-preparados, alguns deles usavam munhequeiras e calças de lycra sob o uniforme. Sim, eram artistas disfarçados de vendedores – ou vice-versa. Em poucos minutos alguns deles se despiriam de “Tio da pipoca” para se transformarem no “Homem Passáro”.

Senti pena deles. De todos eles. Quase comprei um algodão doce (o legítimo, branquinho, branquinho, como a nos eu não via).

Fiquei muito admirada com a dedicação, o talento e a força de vontade da trupe, que sem luxo, mas com muita honestidade, apresentou um show emocionante.
Nada de elefantes, chimpanzés pilotando caminhõezinhos, águas dançantes, globo da morte, gente engolindo fogo ou palhaços repetindo chavões. Em vez da pirotecnia, performances simples que deixaram claro que o mais importante é haver uma relação de quase hipnose entre artista e público.

Para que esse encantamento aconteça, o principal papel continua a ser o do palhaço – neste caso, moderno e supercarismático que não precisou se apoiar em quaisquer outros artifícios senão um nariz vermelho e um sapatão. O resto ele faturou sem uma só palavra, somente na expressão facial e claro, no carisma.

Porém, em especial nessa noite contou com a valiosíssima partipação do mais envergonhado de todos assistentes que ele poderia encontrar...meu marido, a quem ele chamou para uma participação em um dos seus números. Fiquei tão orgulhosa!!

Jamais esquecerei essa noite e as boas risadas que demos!!!!!!!!!!!!!!!!

Este é o refrão da musiquinha que berrava dos alto-falantes a anunciar que o circo tinha chegado à cidade:


"Hoje tem palhaçada?

Tem sim senhor!

Hoje tem goiabada?

tem sim senhor!

E o palhaço o que é?

É ladrão de mulhé !!!" (hoje foi diferente.........)

É uma pena que para atrair grande público só sendo um Cirque du Soleil ou um Circo Imperial da China.

Um misto de emoções está dentro de mim.......porém garanto, que é somente de felicidade que tenho vontade de chorar!!!!!

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