"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector
terça-feira, 29 de junho de 2010
Rede
Tarde encantada, alva
Pescador (Alfredo) vê o céu e diz
Menino (Enéas), olha a estrela Dalva,
Prepara os petrechos, é festa
Amanhã tem pesca
Maria (Bemvinda) vai esperar
Na beira da maré,
Com mãos estendidas
E fé no peixe que virá
Arder na panela de ferro
Com as cenouras escolhidas.
Christina Amorim (adaptação Eneida)
Há um barco.......
Há um barco esquecido na praia
Já não leva ninguém a pescar.
É o barco de André e Pedro
que partiram pra nõ mais voltar.
Quantas vezes partiram seguros
enfrentando os perigos do mar
era chuva, era noite, era escuro
mas os 2 precisavam pescar. (Vc também meu avô....qtas saudades)
De repente aparece Jeus
pouco a pouco se acende uma luz.
É preciso pescar diferente
que o povo já sente que o tempo chegou.
E partiram sem mesmo pensar,
nos perigos de profetizar.
Há um barco esquecido na praia.
Um barco esquecido na praia.
Um barco esquecido na praia.
domingo, 27 de junho de 2010
A barca
Em homenagem aos meus antepassados, postarei algumas mensagens sobre a vida dos pescadores durante alguns dias.....obrigada meu pai, obrigada meu avô, pelo exemplo de luta e trabalho que nos enche de orgulho.
Tu, te abeiraste da praia
não buscaste nem sábios nem ricos,
somente queres que eu te siga.
Senhor, tu me olhaste nos olhos
a sorrir, pronunciaste meu nome,
lá na praia, eu larguei o meu barco,
junto a Ti buscarei outro mar...
Tu sabes bem que em meu barco
eu não tenho nem outo nem espadas,
somente redes e o meu trabalho.
Tu, minhas mãos solicitas,
meu cansaço que a outros descanse,
amo que almeja seguir amando.
Tu, pescador de outros lagos,
ânsia eterna de almas que esperam,
bondoso amigo que assim me chamas.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Diversão
"O estúpido mundo do poder e do dinheiro não percebe que o humor é mais procurado pelas pessoas do que o amor. O que querem as pessoas ao sair no fim de semana com amigos ou ao viajar de férias? Diversão. O humor pode chegar a níveis bem profundo no tratamento dos pacientes. Nas zonas de guerra, campo de refugiados ou hospitais com crianças morrendo de câncer, acha que o humor é menos importante do que o amor? como uma mãe que vê o filho morrer pode sobreviver sem diversão e amor? Não é preciso dinheiro para isso. É só olhar para países em que grande parte da população é pobre, como o Brasil. O que importa para essas pessoas é tocar a vida com o pouco que têm. Bastam um pouco de feijão, de arroz, uma cerveja e alguns amigos para contar piadas. No mundo de dinheiro e poder, as pessoas querem diminuir o valor disso. No meu mundo, de compaixão e generosidade, a diversão é a maior das dádivas. " - Patch Adams
Faço minhas as palavras dele......
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Inveja
Inveja
Ricardo Gondim
Acredito em inveja santa. Eu a sinto dentro de mim. Não tenho como escondê-la. A humildade que me dá taquicardia, nasce da admiração e não do anseio de destruir. Suo as palmas das mãos, arrepio a pele, acelero o coração, e sei que fui acometido de inveja santa. Invejo, logo existo!
Reverencio os mansos. Gente com um olhar pacificado pela ternura do encontro; que nunca usa do soslaio.
Reverencio os sensíveis. Gente com um olhar abrandado pela dor do mundo; que nunca volta as costas ao quebrantado.
Reverencio os corajosos. Gente com uma postura fortalecida pelo amor à justiça; que não teme o desgaste da reputação.
Reverencio os discretos. Gente com um conceito de triunfo forjado pela honra desinteressada; que não vende a alma pelo aplauso.
Reverencio os íntegros. Gente com uma filosofia de vida sedimentada pela ética do amor; que tem princípios nobres.
Reverencio os santos. Gente com uma biografia inspirada pelo respeito à vida; que gera inveja santa em pessoas comuns como eu.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Brasil 2 x 1 Coreia do Norte
segunda-feira, 14 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Pra lá do meio
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Vocação
O Pavão
Rubem Braga
"Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é
um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas
não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas
bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um
arco-iris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande artista,
atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz
seu resplendor; seu grande mistério é a simplicidade".
terça-feira, 8 de junho de 2010
Um Presente
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Erro de português
domingo, 6 de junho de 2010
Calma
TUDO está em deixar amadurecer e então dar à luz. Deixar cada impressão, cada semente de um sentimento germinar por completo dentro de si, na escuridão do indizível e do inconsciente, em um ponto inalcançável para o próprio entendimento, e esperar com profunda humildade e paciência a hora do nascimento de uma nova clareza: só isso se chama viver artisticamente, tanto na compreensão quanto na criação.
Rainer Maria Rilke
sexta-feira, 4 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Teologia
Hoje faria tudo diferente.
Começaria por informar meus leitores de que teologia é uma brincadeira, parecida com o jogo encantado das contas de vidro que Hermann Hesse descreveu, algo que se faz por puro prazer, sabendo que Deus está muito além de nossas tramas verbais.
Teologia não é rede que se teça para apanhar Deus em suas malhas, porque Deus não é peixe, mas Vento que não se pode segurar...
Teologia é rede que tecemos para nós mesmos, para nela deitar nosso corpo.
Ela não vale pela verdade que possa dizer sobre Deus (seria necessário que fôssemos deuses para verificar tal verdade); ela vale pelo bem que faz à nossa carne.
Rubem Alves.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Complicado
Aqui vereis, senhores, o engano deste mundo. Todas as guerras deste mundo se fazem a fim de conseguir a paz. À guerra se aplica a sabedoria, na guerra se emprega a potência, com a guerra se despendem as riquezas, e com a guerra se pretende a paz; mas é engano. A paz não se conquista com exércitos armados, conquista-se com uma só espada, e com dois escudos, que são os das suas balanças. Divida a espada igualmente pelo meio o que partir, e ponham-se as partes, ou ametades iguais, uma em uma balança e outra na outra: e debaixo desta igualdade se achará a justiça, e neste equilibrio a paz.
Pe António Vieira em Sermões, Lello & Irmão, Editores, Porto, Volume II, p. 736
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